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Entretenimento: a indústria cultural brasileira está preparada para receber pessoas surdas?



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Sem estratégias específicas para atender essa comunidade, o mercado de entretenimento segue ignorando o potencial de consumo de mais de 10 milhões de pessoas.


 Com a diversidade cada vez mais presente nas pautas públicas e privadas, a inclusão precisa ir além do discurso. No setor cultural, isso significa garantir acesso pleno a todos os públicos — e, nesse cenário, receber pessoas surdas com dignidade é mais do que um dever legal: é um gesto de respeito e reconhecimento. 


Apesar disso, a ausência de estratégias para mapear e compreender esse público dificulta qualquer tentativa de atendimento efetivo. A justificativa mais comum é a de que a presença de pessoas surdas exige estruturas mais complexas. Esse argumento, além de reforçar uma narrativa de dificuldade, contribui para o desinteresse de muitas produtoras em investir em acessibilidade. 


Criar eventos acessíveis é garantir que todas as pessoas, independentemente de suas condições físicas, sensoriais ou cognitivas, possam circular, interagir e participar plenamente. No caso da acessibilidade auditiva, isso passa por medidas concretas, como a presença de intérpretes de Libras e a oferta de legendas em tempo real — recursos que fazem toda a diferença na experiência e no pertencimento desse público.



Libras e legendas: pontes para a participação

Contar com intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) nos palcos, palestras e mesas de debate garante que pessoas surdas possam acompanhar o conteúdo com autonomia. Já as legendas ao vivo, cada vez mais comuns em apresentações e transmissões, permitem que pessoas com perda auditiva entendam cada fala com clareza. 


Essas medidas vão muito além do cumprimento da lei — elas criam um ambiente mais acolhedor, onde a diversidade é celebrada na prática. A comunicação flui melhor, os participantes se sentem incluídos e a experiência se torna verdadeiramente coletiva.


Mais do que direito, uma cultura de respeito 

Garantir a acessibilidade auditiva é respeitar o direito básico de qualquer cidadão: o de participar da vida em sociedade em igualdade de condições. Eventos que investem nessa inclusão não só ampliam o alcance do público, como também fortalecem sua imagem e impacto social. 


Além disso, legislações como a Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015) e o Decreto nº 5.626/2005, que regulamenta o uso da Libras, reforçam o dever legal de oferecer esses recursos. Mas, mais do que seguir regras, o compromisso com a inclusão revela uma postura ética e consciente por parte dos organizadores.


O futuro é acessível 

A acessibilidade em eventos não é um detalhe, é parte essencial do planejamento. E, quando feita com seriedade, beneficia a todos — não apenas quem precisa de um recurso específico. Afinal, incluir é dar voz, visibilidade e espaço para todos os corpos e histórias que compõem a sociedade.


 
 
 

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